A ÁRVORE NÃO NEGA SUA
SOMBRA NEM AO LENHADOR
A ÁRVORE NÃO NEGA SUA SOMBRA NEM AO LENHADOR, de Isaac Soares de Souza, é um livro para ser lido em suas pluralidades, ranhuras e delicadezas. Por isso, revela poesias plurais. E, de certo modo, espera leitores com esse perfil. Ainda assim, reconhecê-las como um discurso diverso e um sentido singular não devem impedir que se examinem suas relações de forças desiguais que nascem de sua produção e atravessamentos.
O pluralismo da poesia de Isaac, ao gosto do pensamento bakhtiniano, sugerido nos conceitos de dialogismo ou de polifonia, é, também, lugar de conflitos e tensões, e esses lugares sociais de onde se produzem discursos e sentidos, não são necessariamente simétricos. Assumem, pelo jogo de significantes, perspectivas caleidoscópicas.
Lúcida, interrogante dos sulcos ou rastros deixados nas páginas com os diálogos que singularizam o nosso século, como, também, suas relações e leituras, Isaac registra, pela poesia, vários olhares enviesados. Deles nascem as citações com a música, o cinema, a própria poesia ou percepções diversas que vão escavando as várias camadas que constituem o universo ali problematizado, até atingir-lhe algum sentido - a concepção de mundo que dá a cada um a verdadeira razão de existir.
A primeira poesia que inaugura (ou infesta) o livro “com teus versos cortantes” ecoa dessas vozes plurais que perpassam os poemas
como um todo – funciona como diálogo com o leitor ou alguma explicação das funções da poesia e do poeta, consequentemente, as poesias que compõem a obra e que, também, podem ser lidas à deriva, ao gosto do leitor.
Nesse caleidoscópio de perspectivas que as poesias de Isaac sugere, algum horizonte se rasga. Interrogamos ou duvidamos das palavras. Ampliamos seus sentidos. Desse contato ou aproximações, desta troca, nasce o prazer de conhecer, imaginar, de (re)inventar os fragmentos dos sujeitos que falam.
A ÁRVORE NÃO NEGA SUA SOMBRA NEM AO LENHADOR, de Isaac Soares de Souza, pois, a marca de seu autor, a presença de um arguto espírito, distendido na sondagem reveladora das estruturas e dos sentidos e leituras que instigam, apreendendo-os sempre como signos de uma consciência de mundo que vale a pena conhecer.
Rodrigo da Costa Araújo
Professor de Literatura
Brasileira e Arte e
Educação (FAFIMA, RJ)
A árvore não nega sombra nem ao lenhador - Isaac Soares de Souza
Poesia
152 páginas
14x21cm
Capa laminação fosca
Miolo papel polen 80g
ISBN - Em breve